quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Livro "Receitas para Grávidas" de Dr. Flávio Garcia de Oliveira

Carnes, peixes, frutas, cereais, leguminosas, laticínios, hortaliças... Já reparou que não pode faltar nada no prato da gestante? Está certo que o desenvolvimento do bebê depende de uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, mas nenhuma grávida precisa mandar goela abaixo um portentoso prato de espinafre para garantir a saúde da criança que está a caminho. Consumir esse vegetal numa torta de massa fillo com ricota parece muito mais saboroso, não é? Além disso, fornece a quantidade de vitaminas e minerais necessária à saúde da mãe e do rebento.
Como a alimentação durante a gravidez pode influenciar no desenvolvimento e na saúde do bebê?
Bebês bem nutridos no útero nascem com o peso significativamente mais elevado e são mais saudáveis. Além disso, há evidências de que algum tipo de mecanismo de sobrevivência detecta quando o feto não está crescendo normalmente, o que pode acelerar o trabalho de parto. Ou seja: um bom crescimento intra-uterino pode reduzir a probabilidade de parto prematuro. Vale lembrar também que crianças alimentadas de forma adequada ainda durante a gestação não só têm menos doenças, mas se recuperam com mais facilidade de muitos problemas. O pré-natal é o período de crescimento mais rápido do nosso ciclo de vida. Por isso, uma alimentação de qualidade é o melhor caminho para que o bebê tenha uma infância e uma vida adulta cheias de saúde.

Quanto deve pesar um bebê considerado saudável?
Cada bebê tem um potencial genético para atingir um peso de nascimento, que vai de 2,5 a 3,5 kg – com variação de 200 g para mais ou para menos. Alguns fatores, no entanto, podem contribuir para que esse potencial não seja alcançado, principalmente se forem gêmeos ou trigêmeos: a duração da gravidez, a quantidade de espaço disponível dentro do útero, o grau de atividade física e a alimentação da mãe.

Uma mulher grávida tem mesmo que se alimentar por dois, como costumamos ouvir por aí?
Isso é um folclore para gestantes de um bebê só. Já para as grávidas de gêmeos e supergêmeos (três ou mais crianças), esse ditado é até válido desde que a alimentação seja balanceada e ela tenha um planejamento alimentar.

Qual é o ganho de peso considerado normal para uma gestante de filho único?
Nesse caso, a mulher deve ganhar algo em torno de 9 a 16 kg, o que permite ter um bebê pesando cerca de 3 kg.

E no caso de serem gêmeos ou trigêmeos?
Muitas mulheres só descobrem que seus gêmeos poderiam ser mais pesados depois que eles nascem muito leves e precisam ficar na UTI neonatal para ganhar peso. Pensando de forma simples: as gestantes de múltiplos precisam ganhar mais peso do que suas amigas de gestações únicas e um pouco mais do que elas mesmas imaginam. E também necessitam ganhar peso mais rápido, afinal, a gestação costuma ser mais curta. A recomendação, considerando mulheres com peso ideal antes da gravidez, é:

Únicos: de 9 a 16 kg
Gêmeos: de 15 a 22 kg
Triplos: de 18 a 25 kg
Quádruplos: de 20 a 30 kg

Existem nutrientes específicos indicados para as diferentes fases da gravidez?
Em cada trimestre da gestação, há um nutriente fundamental para o bebê. Nos três primeiros meses, por exemplo, a necessidade maior é de ácido fólico e de outras vitaminas do complexo B. Durante essas semanas, 70% dos nutrientes fornecidos ao bebê contribuem para o crescimento cerebral e o desenvolvimento neurológico. No segundo trimestre, deve-se consumir uma maior quantidade de fibras para evitar a constipação da mãe e ferro. Isso porque o volume de sangue aumenta 50% ou mais durante a gestação e, se o nível de ferro não corresponder a esse crescimento, pode ocorrer a anemia. Por fim, no terceiro trimestre, o foco muda para o cálcio e os ácidos graxos poliinsaturados, como o ômega-3. O cálcio ajuda no desenvolvimento dos dentes e ossos do bebê, além de ser um importante elemento na prevenção da pré-eclâmpsia (doença caracterizada por hipertensão e inchaço que afeta a mãe durante a gravidez). Já o ômega-3 é essencial para o desenvolvimento da visão e do sistema neurológico infantil.

Há algum alimento que deve ser excluído da dieta?
De modo geral, nenhum alimento precisa ser excluído totalmente. Nossa orientação é para a restrição de bebidas alcoólicas e carne de vaca crua (por causa do risco de toxoplasmose, um mal provocado por um protozoário capaz de prejudicar o feto).

O senhor recomenda o uso de suplementos vitamínicos?
Costumo indicar suplementos de ferro, cálcio e algumas vitaminas, como ácido fólico e complexo B, mais pelo fato de as brasileiras ingerirem poucos alimentos ricos nesses nutrientes..

O que são os alimentos que o senhor chama de campeões de nutrientes no livro?
Eles são o caminho mais simples de obter muitos dos nutrientes de que a grávida e o bebê necessitam. Receberam esse apelido com base em três critérios: alto teor de nutrientes, sabor e versatilidade como ingredientes de receitas. Frango, queijo, ovo, cenoura, ervilhas, proteína de soja, damasco, nozes e cacau são alguns exemplos.

Existem recomendações específicas para uma grávida vegetariana?
Uma dieta vegetariana pode ser bem saudável se a gestante conhece os fundamentos da nutrição. É preciso caprichar nas proteínas para assegurar a ingestão dos aminoácidos essenciais. Elas são de extrema importância para a gravidez saudável porque fornecem os blocos básicos de construção dos tecidos corpóreos. No caso das vegetarianas puras, que não ingerem nenhum tipo de alimento de origem animal, é mais difícil cumprir as demandas nutricionais que uma gestação exige. Por isso, é importante incluir na dieta alimentos lácteos, como leite, queijos e iogurte, e ovos – a clara contém uma proteína de alta qualidade e a gema é uma excelente fonte de ferro.

O senhor tem alguma dica de alimentação para controlar os enjôos?
É um mito dizer que comer somente frutas vai melhorar as náuseas matinais. Embora elas elevem os níveis de glicose no sangue, o açúcar volta a cair rapidamente, causando ainda mais enjôo do que antes. Isso pode ser evitado associando proteína e carboidrato. É importante também se alimentar com freqüência, pelo menos a cada duas horas. Uma idéia é carregar na bolsa lanches empacotados, como biscoitos e sucos de caixinha. Uma nova estratégia para tratar náuseas e vômitos é o método do salgado e doce. Em outras palavras, comer um pão de queijo e tomar um suco pode ajudar muito.




Três refeições para grávidas do livro "Receitas para Grávidas":


Torta de massa fillo com espinafre e ricota

Ingredientes

200 g de massa fillo (congelada)
1 maço grande de espinafre
¼ de xícara de azeite
1 cebola grande picada
225 g de ricota magra
¼ de xícara de salsinha fresca picada
4 ovos
225 g de queijo meia-cura ralado grosso
3 colheres (sopa) de manteiga derretida

Modo de preparo
Descongele a massa conforme as instruções da embalagem. Lave o espinafre e escorra. Leve-o ao fogo em uma panela tampada, ainda molhado, por alguns minutos, apenas para que murche. Retire do fogo e deixe amornar. Esprema com as mãos e despreze o líquido que saiu. Em uma frigideira, aqueça o azeite e refogue a cebola até que ela fique transparente. Junte o espinafre e refogue por mais alguns minutos. Reserve.

Em uma tigela média, bata os ovos, junte os queijos, a salsa e o espinafre. Unte ligeiramente uma fôrma refratária média e coloque uma folha de massa fillo. Pincele com manteiga e faça mais oito camadas de massa, pincelando-as com a manteiga derretida. Distribua uniformemente a mistura de espinafre e cubra com o restante da massa, pincelando uma folha de cada vez com a manteiga derretida. Refrigere durante 30 minutos. Preaqueça o forno a 175º C (moderado). Asse a torta por entre 35 e 40 minutos ou até ficar dourada. Corte em pedaços e sirva quente.



Macarrão com frango e molho de castanha de caju
Ingredientes

225 g de massa de corte curto, do tipo penne
1 dente de alho picado
2 xícaras de caldo de frango
2 colheres (sopa) de molho de soja light
1 colher (sopa) de maisena
2 colheres (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de óleo de canola
450 g de peito de frango desossado e sem pele,
cortado em pedaços de 2,5 cm
1 colhe (sopa) de gengibre ralado (opcional)
2 cebolinhas-verdes picadas
¼ de xícara de castanha de caju torrada e picada grosseiramente
Sal a gosto

Modo de preparo
Cozinhe a massa em um caldeirão com bastante água fervente com sal até ficar al dente. Enquanto isso, misture o caldo de frango, o molho de soja e a maisena em uma panela. Junte a manteiga e cozinhe, mexendo até ferver e engrossar um pouco. Reserve. Em uma frigideira grande, aqueça o óleo em fogo moderado, acrescente a cebola e o alho e refogue por 2 a 3 minutos, sempre mexendo. Junte o frango e refogue por mais 3 minutos ou até que a carne perca a coloração rosada. Adicione o molho e cozinhe, mexendo até ferver e engrossar, ligeiramente. Verifique o tempero. Sirva a massa em pratos individuais ou numa grande travessa e espalhe o molho por cima. Decore com a cebolinha verde e as castanhas.

Frozen de iogurte com framboesa
Ingredientes

4 potes de iogurte natural desnatado
6 saquinhos de polpa de framboesa
congelada
4 colheres (sopa) de açúcar
Frutas vermelhas (framboesa, amora etc.) e
hortelã para decorar

Modo de preparo:
Coloque o iogurte em um filtro de papel e deixe escorrer por 15 minutos para retirar o soro. Misture o açúcar e bata rapidamente no liquidificador ou com um batedor manual. Leve ao freezer por 2 horas. Retire do freezer e junte as polpas congeladas. Misture com uma colher ou bata rapidamente no processador para dar um efeito marmorizado e leve ao freezer por mais 30 minutos. Distribua em taças e decore com as frutas vermelhas e a hortelã. Sirva em seguida.

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